F.A
Redobrando de
força, qual redobra
A rapidez do corpo
gravitante,
Vai discorrendo, e achando
em seu arcanos
Novas respostas às razões
ouvidas.
Mas a noilte declina, e
branda aragem
Começa a refrescar. Do céu
os lumes
Perdem a nitidez
desfalecendo.
Assim já frouxo o Pensamento
do índio,
Entre a vigília e o sono
vagueando,
Pouco a pouco se olvida, e
dorme, sonha,
Como imóvel na casa
entorpecida,
Clausurada a crisálida
recobra
Outra vida em silêncio, e
desenvolve
Essas ligeiras asas com que
um dia
Esvoaçará nos ares
perfumados,
Onde enquanto reptil não se
elevara;
Assim a alma, no sono
concentrada,
Nesse mistério que chamamos
sonho,
Preludiando a vista do
futuro,
A póstuma visão preliba às
vezes!
Faculdade divina,
inexplicável
A quem só da matéria as leis
conhece.
Ele sonha... Alto moço se
lhe antolha
De belo e santo aspecto,
parecido
Com uma imagem que vira
atada a um tronco,
E de setas o corpo
traspassado,
Num altar desse templo, onde
estivera,
E que tanto na mente lhe
ficara,
— "Vem!" lhe diz
ele e ambos vão pelos ares.
Mais rápidos que o raio
luminoso
Vibrado pelo sol no veloz
giro,
E vão pousar no alcantilado
monte,
Que curvado domina a
Guanabara.
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