N.M
Senhora é um romance
passado na primeira metade do século XIX e que expõe ao leitor, como plano de
fundo, valores e costumes da aristocracia escravista do Segundo Reinado. O
romance conta-nos a vida de uma bela moça, chamada Aurélia.
Aurélia Camargo era uma moça pobre
e tinha perdido o irmão e o pai. Sua mãe, temendo morrer e abandonar
a filha desamparada insistia para que ela fosse ficar na janela para ver se
conseguia um casamento. Realizando tal desejo, conquistou muitos admiradores e
um grande e único amor, Fernando Rodrigues Seixas.
Fernando estava apaixonado por Aurélia e
decidiu pedir sua mão em casamento, porém, logo mudou de idéia, pois sabia que
casando com ela teria uma vida pobre e perderia sua liberdade, deixando assim
de freqüentar a sociedade. Assim, o romance se esfriou e o noivado foi rompido.
Fernando
decidiu casar-se com Adelaide, onde receberia um dote alto. Mas para sua
surpresa o avô de Aurélia aparece, mas logo falece, deixando uma grande herança
para a neta. Sabendo da novidade de que Aurélia estava rica, Fernando viajou
para Recife, com o objetivo de escapar do casamento. E conseguiu, quando voltou
já estava livre, foi então que Lemos realizou
uma proposta de ele se casar com uma moça em troca de um dote de cem mil contos
de réis, ele acabou por aceitar e recebeu um adiantamento de vinte mil contos
de réis, logo depois conheceu a moça, que era Aurélia. Alegrou-se, pois sempre a amara.
Os dois se casaram, mas
logo depois Aurélia confessou a Fernando que tinha Le comprado, com isso
começou um casamento falso, dormiam em quartos separados e se tratavam
friamente.
Passando alguns
dias, depois de várias tentativas de reconciliação, Fernando recebeu o dinheiro que havia
ganhado através de um investimento, pediu para conversar com Aurélia. Após o
jantar, foram para o quarto dela, ele entregou a ela um cheque com o valor que
ela havia pagado pelo dote e mais os outros vinte mil contos de réis,
conquistados no trabalho na repartição e com o lucro do investimento.
Declarou-se livre, pois havia lhe devolvido o dinheiro com o qual ela o havia
comprado.
Considerando-se dois estranhos,
despediram-se. Nesse momento, Aurélia confessou todo o amor que tinha por
Fernando, afirmou que sendo eles agora estranhos, o passado havia sido
esquecido e assim poderiam viver o amor que sentiam. Fernando, ao ouvir tal
confissão, beijou sua esposa e assim reconciliaram. Ele de repente hesitou, o dinheiro
de Aurélia os impedia de se amarem, ela então pegou em uma gaveta um documento,
tratava de seu testamento, no qual deixava tudo para Fernando. Nessas
circunstâncias, uniram-se no “amor conjugal”.
Análise literária :
O romance pode ser considerado uma das
obras-primas de seu autor e uma das principais da literatura brasileira. Uma
vez que trata do tema do casamento burguês, ou seja, baseado no interesse
financeiro, pode ser considerada precursora do Realismo ou pré-realista.
Alencar classifica a obra dentro de seus “perfis de mulher”, já que concentra na mulher o papel mais
importante dentro da sociedade de seu tempo.
A personagem Aurélia Camargo é idealizada como uma
rainha, como uma heroína romântica, pelo narrador. De "régia fronte,
coroada de diadema de cabelos castanhos, de formosas espáduas", essa
personagem, no entanto, é ao mesmo tempo "fada encantada" e
"ninfa das chamas, lasciva salamandra".
CARACTERÍSTICAS
DA PROSA ROMÂNTICA PRESENTES EM SENHORA
1.
Sentimentalismo: a emoção predomina
sobre a razão.
Quando Seixas convenceu-se de que não podia
casar com Aurélia, revoltou-se contra si próprio. Não se perdoava a imprudência
de apaixonar-se por uma moça pobre e quase órfã, imprudência a que pusera
remate o pedido de casamento. (p. 100)
2.
Supervalorização do amor:
o amor é a razão de ser da vida. Sua perda causa uma dor tão profunda que pode
levar à morte.
Aurélia demorou-se um instante na rótula,
como costumava, para acompanhar ao amante com a vista até o fim da rua. Se
Fernando não estivesse tão entregue à satisfação de haver readquirido sua
liberdade, teria ouvido no dobrar da esquina o eco de um soluço. (p. 105)
3.
Idealização da mulher: o
romântico diviniza a mulher e considera que somente ela pode torná-lo feliz.
Predominantemente, a heroína romântica é virginal e pura, mas pode também
aparecer em contextos de amor realizado, carnal.
Aurélia amava mais seu amor do que seu
amante; era mais poeta do que mulher; preferia o ideal ao homem. (p. 103)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEssa obra literária de José de Alencar , foi um dos livros que me faz amar a leitura. Eu quando criança pegava livros como " O cortiço " , Memórias póstumas para lê, gosto dos clássicos. São excelentes Obras , como a Senhora, um livro muito importante e clássico para literatura Brasileira. Obrigado por sua análise, ela foi ótima.
ResponderExcluirÓtimo análise da obra !
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirrealmente adorei essa analise do livro, desse obra impressionante e apaixonante de José de Alencar.
ResponderExcluirUma obra muito impressionante
ResponderExcluirFiz minha prova sobre esse livro senhora amei 😍
ResponderExcluirvaleu vocês mim salvo no seminário.
ResponderExcluir